terça-feira, 2 de outubro de 2012

Carta para o meu Super-Herói




Nos dias atuais, me pego em conversas nostálgicas com amigos, falamos de infância e em meio ao assunto, sempre surge a pergunta:
-Quem era o seu herói favorito?
Vejo todos com resposta na ponta da língua:
-Homem Aranha, Batman,Hulk Capitão América...
E eu me pego calada. Pensando. Lembrando que, nunca adorei a nenhum desses da mesma forma que eles. Enquanto passava esses desenhos na TV, eu estava encantada com o super-herói que estava comigo todos os dias, esse sim era o Super-homem, Super-MEU PAI. Eu sempre fui apaixonada por ele, adorava os seus poderes, a sua forma de salvar o meu mundo, de me salvar dos vilões diários que tinha que enfrentar no meu “dia duro”.
“Ainda bem que a Marvel não descobriu esse homem com super-poderes, iria ficar com muito ciúme dele salvando outras criancinhas!” Pensava eu.
Fui crescendo e sempre protegida por ele, era o máximo! Tinha o lado ruim também dele ser um herói, como a maioria ele também era forte, e quando se irritava comigo o seu golpe “puxão de orelha” era poderoso e doía muito, mas logo se arrependia e eu recebia todos os mimos e carinhos que uma criança gostaria de receber (sim, esse é um dos culpado por eu ser mimada assim, rs.).
O Super-Meu PAI me ensinou o que era necessário para lhe dar com os verdadeiros vilões da vida e hoje eu sou totalmente agradecida por ter como ídolo ELE e não o Capitão América. Eu cresci e ele também envelheceu, mas ainda sim ele continua me protegendo, fazendo sempre o possível e o impossível para me agradar, e claro, sempre entramos em conflito, pois dois bicudos não se beijam, mas no nosso caso acabamos sempre nos abraçando no final de tudo. Somos iguais e ao mesmo tempo com opiniões divergentes, mas sei que você gosta de me ver assim, expondo minhas ideias, brigando e lutando pelo que queremos e até conseguir, RS.
Talvez, pai, eu não tenha sido tão fiel aos seus ensinamentos, e ao invés de agir com razão, acabei agindo com o coração, mas ó, eu não me arrependo, isso me fez progredir, a saber, levantar.
E olha, os meus valores são os mesmo, aqueles que você sempre me passou em forma de poesia, sim, poesias, pois eles pareciam tão leves diante dos olhos de uma criança, que mal sabia o sentido das palavras.
Obrigada por ser paradigma, meu pai. Paradigma de homem, paradigma de amor, paradigma de justiça, de verdadeiros valores, paradigma de pai, de filho, de amigo, de político... É político, pois apesar de não gostar de te ver sonhando tanto com a melhoria do mundo (não que isso seja ruim e impossível, mas a caminhada é dura e sofredora, e acabo sofrendo junto com o meu herói), eu sei que “se todos fossem iguais a você”, já teríamos alcançado o progresso, se todos tivessem os seus valores, os nossos, sim, a política não seria vista como algo ruim por muitos e sim, como ela é de verdade, bonita!

Enfim, estou longe de te transformar em perfeito, como qualquer ser humano sei que você erra, mas sei também que erra tentando acertar.
Te amo muito e desejo o seu sucesso SEMPRE.
Da sua filha, eternamente fã e apaixonada por você, Laís, Lalai, Lai.